Ângelo Miguel Gonçalves Carneiro tem 37 anos e conta com 18 anos de carreira como alfarrabista. Cresceu entre conversas com os clientes e brincadeiras com os livros, na livraria/alfarrabista “Moreira da Costa” que pertence à sua família há mais de 100 anos.
Da infância Miguel recorda que “aos seis anos já andava a juntar livros nas estantes, através do símbolo da editora” e lembra o “convívio com as pessoas, pessoas mais adultas”.
Foi cultivando o gosto pelo livro, e cedo surgiu o desejo de ser alfarrabista. Vontade que, segundo o próprio, não foi alimentada pela família que “como a maior parte das famílias, queriam que o filho/o neto, seguisse um curso universitário”. Aos 13 anos já passava o tempo na livraria, “simplesmente a limpar o pó dos livros da cave, a dar um ar mais saudável às obras”, e aos 18 começou a sua actividade profissional.
Questionado acerca do perfil de um alfarrabista, o gerente da "Moreira da Costa" afirma que “o ponto comum principal é um - é gostar muito do livro, não só como leitor, mas em todas as suas vertentes”. Define ainda a profissão como uma constante aprendizagem, ao afirmar que “todos os dias nesta actividade, são conhecimentos novos, aprende-se muito com os clientes, que por norma sabem mais do que nós”. O alfarrabista salienta também como ponto positivo da actividade a relação mantida com o cliente, “aqui os clientes tornam-se amigos”, refere num tom emocionado, e explica que “as pessoas entram, vêem o que tem a casa, sem saberem exactamente o que procuram, sabem um tema, mas às vezes encontram outras coisas interessantes, conversam connosco numa partilha de conhecimentos e experiências, levam um livro e acabam por voltar para levar outro, e outro…”.
Quanto ao cliente, Miguel Carneiro distingue dois tipos, “os de livros usados e os de livros antigos: o livro usado é comprado por qualquer pessoa, independentemente da idade, do sexo e de ter ou não posses financeiras; o livro antigo é essencialmente adquirido por homens, com algum nível cultural e posses financeiras”. O cliente que compra livros antigos é o chamado bibliófilo, cliente que, segundo o entrevistado “ normalmente aos quarenta anos começa a comprar e vai comprar de tudo um pouco dentro daquilo que gosta, depois cinco ou dez anos mais tarde especializa-se mais no tema que lhe interessa mesmo”.
Confrontado com a incerteza do futuro da profissão, o jovem alfarrabista afirma que “ser alfarrabista exerce, e ainda vai exercer fascínio sob muita gente”. E aponta como exemplo uma outra alfarrabista “a Cláudia da livraria “Lumier”, é ainda mais nova que eu, e é uma pessoa que se nota que tem um gosto enorme pelos livros, tirou um curso, mas prefere continuar a trabalhar com os livros”. O entrevistado reforça ainda a confiança no futuro ao afirmar que “ a actividade não está em desuso, pelo contrário, é uma actividade que está em expansão", e exemplifica “ aqui no Porto, nos últimos dez anos abriram três ou quatro casas com livros usados ou antigos, em Lisboa há entre trinta a quarenta estabelecimentos. Nos Estados Unidos agora há algumas livrarias/ alfarrabistas que chegam a ter dez quilómetros de estantes, uma pessoa pode ir lá consultar e ler.”.
A criança que brincava com os livros nas estantes tornou-se num profissional, que acredita que o caminho “é não desistir…basta não desistir”. Miguel Carneiro não desiste. “Sinto-me a lutar em prol dos livros, e quando uma pessoa gosta do que faz, é fácil trabalhar, sinto-me a lutar a favor da maré, pode ser a baixa-mar, mas a favor da maré” afirma entusiasmado.
Foi cultivando o gosto pelo livro, e cedo surgiu o desejo de ser alfarrabista. Vontade que, segundo o próprio, não foi alimentada pela família que “como a maior parte das famílias, queriam que o filho/o neto, seguisse um curso universitário”. Aos 13 anos já passava o tempo na livraria, “simplesmente a limpar o pó dos livros da cave, a dar um ar mais saudável às obras”, e aos 18 começou a sua actividade profissional.
Questionado acerca do perfil de um alfarrabista, o gerente da "Moreira da Costa" afirma que “o ponto comum principal é um - é gostar muito do livro, não só como leitor, mas em todas as suas vertentes”. Define ainda a profissão como uma constante aprendizagem, ao afirmar que “todos os dias nesta actividade, são conhecimentos novos, aprende-se muito com os clientes, que por norma sabem mais do que nós”. O alfarrabista salienta também como ponto positivo da actividade a relação mantida com o cliente, “aqui os clientes tornam-se amigos”, refere num tom emocionado, e explica que “as pessoas entram, vêem o que tem a casa, sem saberem exactamente o que procuram, sabem um tema, mas às vezes encontram outras coisas interessantes, conversam connosco numa partilha de conhecimentos e experiências, levam um livro e acabam por voltar para levar outro, e outro…”.
Quanto ao cliente, Miguel Carneiro distingue dois tipos, “os de livros usados e os de livros antigos: o livro usado é comprado por qualquer pessoa, independentemente da idade, do sexo e de ter ou não posses financeiras; o livro antigo é essencialmente adquirido por homens, com algum nível cultural e posses financeiras”. O cliente que compra livros antigos é o chamado bibliófilo, cliente que, segundo o entrevistado “ normalmente aos quarenta anos começa a comprar e vai comprar de tudo um pouco dentro daquilo que gosta, depois cinco ou dez anos mais tarde especializa-se mais no tema que lhe interessa mesmo”.
Confrontado com a incerteza do futuro da profissão, o jovem alfarrabista afirma que “ser alfarrabista exerce, e ainda vai exercer fascínio sob muita gente”. E aponta como exemplo uma outra alfarrabista “a Cláudia da livraria “Lumier”, é ainda mais nova que eu, e é uma pessoa que se nota que tem um gosto enorme pelos livros, tirou um curso, mas prefere continuar a trabalhar com os livros”. O entrevistado reforça ainda a confiança no futuro ao afirmar que “ a actividade não está em desuso, pelo contrário, é uma actividade que está em expansão", e exemplifica “ aqui no Porto, nos últimos dez anos abriram três ou quatro casas com livros usados ou antigos, em Lisboa há entre trinta a quarenta estabelecimentos. Nos Estados Unidos agora há algumas livrarias/ alfarrabistas que chegam a ter dez quilómetros de estantes, uma pessoa pode ir lá consultar e ler.”.
A criança que brincava com os livros nas estantes tornou-se num profissional, que acredita que o caminho “é não desistir…basta não desistir”. Miguel Carneiro não desiste. “Sinto-me a lutar em prol dos livros, e quando uma pessoa gosta do que faz, é fácil trabalhar, sinto-me a lutar a favor da maré, pode ser a baixa-mar, mas a favor da maré” afirma entusiasmado.
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